O Castanheiro de Vales é a Árvore do Ano em Portugal. O prémio foi entregue pelos promotores do concurso, na passada sexta-feira, dia 14 de fevereiro, numa altura em que decorre a votação para Árvore Europeia do Ano e todos os votos são precisos
Há dezenas de razões para visitar a pitoresca aldeia de Vales e seus visitantes, mas uma árvore, por si só, tem suscitado, nos últimos dias, particular interesse. A família Marques há muito que convida, quem por ali passa, a visitar o seu magnífico castanheiro, dotado de imensuráveis proporções, que o proprietário chama de “último romano vivo”.
“Este castanheiro já tem largos séculos e sempre me lembro de ter este aspeto. Um tio meu cultivada o terreno que envolvia o castanheiro, mas a posse não era dele. Ora, quando o colocaram à venda – os proprietários não moravam na aldeia – eu resolvi adquiri-lo. Desde aí tenho tentado conservá-lo, divulgá-lo e mostrá-lo a quem o visita”, contou Fernando Marques, o proprietário.
São precisas 12 pessoas – nem mais, nem menos – para abraçar o Castanheiro de Vales. Falando, ainda, em números, em dezembro, para vencer o título nacional, foram precisos mais de 1800 votos. Mas, para a candidatura europeia, vão ser precisos muitos mais.
Para Leonor de Almeida, responsável pela UNAC – União da Floresta Mediterrânica, que promove o concurso nacional e a candidatura europeia, “é muito importante o apoio de todos”. “Toda a gente deve envolver-se nesta candidatura europeia, que decorre durante este mês, como fez esta comunidade, neste dia, em que entregamos o prémio nacional”, referiu.
O Castanheiro de Vales está classificado como Árvore de Interesse Público pelo ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta, desde 2008, sendo considerada uma “das árvores mais grossas de Portugal”, dentro da sua espécie, Castanea Sativa Miller. Possui, de resto, 21 metros de altura e um tronco com um perímetro de 14 metros.
Segundo a organização, esta distinção pretende valorizar “o património natural” e contribuir “para o desenvolvimento da comunidade local”.
O evento de entrega do prémio contou, ainda, com a presença de Sandra Sarmento, Diretora Regional do Norte do ICNF, em representação do Secretário de Estado das Florestas, de José Matias, representante da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), e de Jorge Lage, escritor transmontano, com várias obras publicadas sobre a cultura da castanha.